O (des)encontro


A história acontece em um supermercado.

Ele: - Ops, me desculpe o esbarrão, eu estava distraído procurando por um vinho...
Ela: - Não tem problema, foi culpa minha. Eu também estou procurando... Um tinto.

É claro que nenhum dos dois estava procurando por vinho, mas como se viram e se sentiram atraídos, usaram deste artifício, mutuamente, para um início de conversa.

Ele: - Também procuro um tinto. Seco. Da casa Provença. Gosta?
Ela: - Olha! Parece mentira, mas é exatamente o que eu procuro.

Era mentira. Mas para poder puxar conversa, vinha bem a calhar.

Eles se sentiam atraídos a primeira vista, apaixonados.
Se olhavam com desejo e se sentiam abertos para deixar acontecer.
Seus corpos falavam mais alto que palavras.
Olhos se estudando e gostando do que viam. Bocas sorrindo.
Cabelos jogados. O ritual da conquista que os corpos fazem sem querer.

Ele: -É para alguma ocasião especial? Jantar para o namorado ou algo assim?
A resposta àquela pergunta seria definitiva: Ou ela tem um namorado ou eu proponho casamento agora mesmo! (Pensou ele.)

Ela: -Não. É apenas para uma noite de leitura, sozinha. Infelizmente não tenho namorado.
(Se ele perguntou isso, é porque tem interesse. Pensava ela.)

Ele: - Uma mulher linda como você, com um gosto tão apurado para vinhos não tem namorado?

Ele estava se sentindo nas núvens. Ela parecia ser a mulher de sua vida. É hoje!!!.

Ela: - A vida hoje não dá tempo e, além do mais, se for para ficar com alguém que queira me controlar, ter crises de ciúmes e um passado que eu tenha que suportar, rondando a relação, acho melhor ficar sozinha.

Ele: - É, você tem toda razão. Bom! Deixa eu ir que estou com um pouco de pressa. A gente se vê.

Ela não entendeu. Ele entendeu tudo. Ele é ciumento, controlador e tem um passado que volta e meia rondaria a relação.
Achou melhor não decepcionar a mulher da sua vida, e partiu.

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Justificando para mim: O porquê de escrever aqui.