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Justificando para mim: O porquê de escrever aqui.

Por querer me expressar de forma livre e não ter onde gritar ou saber que não faria eco. Porque estou em um momento em que posso parar e pensar, mesmo em meio a correria. Para aprender a aprender ou reaprender e, no caminho, errar o mínimo possível. Por estar descobrindo a vida, novamente e novamente e novamente e novamente. Por me descobrir mais sentimental (ou tomando consciência disso e nem sempre gostando), mais responsável (comigo e com as pessoas que me rodeiam a ponto de perder oportunidades, para me manter fiel a mim mesmo), mais crítico em relação a mim (e por isso estar mudando ações e pensamentos). Por estar apaixonado pela vida, por um país e por uma mulher linda (mesmo que ela não esteja apaixonada por mim ou mesmo comigo). Por querer dizer a ela aqui o que eu não vou dizer a ela, mesmo com o peito explodindo. Para escrever sobre o amor, ou lugares, ou coisas, ou quaisquer bobagens que eu queira, já que esse espaço é todo meu. Para tentar me lembrar de a

O (des)encontro

A história acontece em um supermercado. Ele: - Ops, me desculpe o esbarrão, eu estava distraído procurando por um vinho... Ela: - Não tem problema, foi culpa minha. Eu também estou procurando... Um tinto. É claro que nenhum dos dois estava procurando por vinho, mas como se viram e se sentiram atraídos, usaram deste artifício, mutuamente, para um início de conversa. Ele: - Também procuro um tinto. Seco. Da casa Provença. Gosta? Ela: - Olha! Parece mentira, mas é exatamente o que eu procuro. Era mentira. Mas para poder puxar conversa, vinha bem a calhar. Eles se sentiam atraídos a primeira vista, apaixonados. Se olhavam com desejo e se sentiam abertos para deixar acontecer. Seus corpos falavam mais alto que palavras. Olhos se estudando e gostando do que viam. Bocas sorrindo. Cabelos jogados. O ritual da conquista que os corpos fazem sem querer. Ele: -É para alguma ocasião especial? Jantar para o namorado ou algo assim? A resposta àquela pergunta seria definitiva: Ou e